São vários os personagens.
A coxuxa era estranha, porque não consegui saber quem era ela. Tinha a xuxa, qualquer outra que aparecesse era a coxuxa.
A gente só concordava.
Tinha o tio de bigodes – um personagem inteiro, com qualidades e defeitos, criado a partir de um óculos sem lente barato acoplado a um bigode mal feito e à imaginação das petizes (palavra também criada pelo dicionário dos sonhos).
O tio de bigodes chegava, colocava no colo, contava histórias incríveis e tinha uma voz estranha.
Eu não tinha dúvidas sobre o tio de bigodes porque o via com freqüência. Acho que foi o que mais nos visitou.
Tinha a tia urubusina, mas mamãe se fantasiava mal e eu desconfiava que fosse ela. Como era divertido, então tudo bem que a mamãe e a tia urubusina fossem a mesma pessoa.
Papai dizia que o lebrão tinha dito isso, tinha dito aquilo, mas o tal nunca deu as caras.
Finalmente apareceu o cabrito, estávamos ansiosas por conhecê-lo.
Não sei de onde papai arranjou aquele nariz gigante.
Tal foi a cara de susto que fizemos que ele teve um ataque de riso com a fantasia. Antes que a mágica fosse desfeita e houvesse choro, mamãe se despediu segurando o riso “tchau cabrito!” e papai gargalhando foi embora correndo.
Tinham muitos outros personagens no dicionário dos sonhos.
Aprendemos a gargalhar graças a eles.
domingo, 23 de dezembro de 2007
Dicionário dos sonhos
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