Eu tenho voz agora
Eu tenho meios
Eu tenho blog, e-mail, caderno, boca
A comunicação atual não é difícil
É fácil tornar-se alguém
E perder-se no minuto seguinte,
No meio de tanta informação
Tanta mesmice
Tanta baixaria
Tanta falta do que dizer
Tanta tanto
E mesmo assim ninguém me ouve
Estou aqui, estou aqui, grito eu
Meu vizinho também grita
E os outros também gritam
Todo mundo grita
Uma população grita
Um trilhão de vozes
Que se tornam nada.
O mundo está barulhento
O mundo está ficando surdo
Uníssono
E ninguém mais escuta
As notas baixinhas da bossa nova
O trem de ferro
E muito menos a minha voz.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
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3 comentários:
"Não, solidão, hoje não quero me retocar
Nesse salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar"
Alone With Everybody by Charles Bukowski
the flesh covers the bone
and they put a mind
in there and
sometimes a soul,
and the women break
vases against the walls
and the men drink too
much
and nobody finds the
one
but keep
looking
crawling in and out
of beds.
flesh covers
the bone and the
flesh searches
for more than
flesh.
there's no chance
at all:
we are all trapped
by a singular
fate.
nobody ever finds
the one.
the city dumps fill
the junkyards fill
the madhouses fill
the hospitals fill
the graveyards fill
nothing else
fills.
"The whole conviction of my life now
rests upon the belief that loneliness,
far from being a rare and curious
phenomenon, is the central and inevitable
fact of human existence."
Thomas Wolfe, "God's Lonely Man"
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