quarta-feira, 28 de maio de 2008

Tatu Bola

Minha amiga me contou que a mãe dela não costuma viajar. A gente escutou com atenção.
Minha mãe, explicou, sente tanta angústia em saber que uma hora a viagem vai acabar e que ela vai sentir saudades, que prefere nem viajar.
As meninas não gostaram da explicação.
As mais debochadas continuaram com suas cervejas, numa conversa paralela.
Pra mim não. Aquilo bateu como um esclarecimento, uma explicação.
Sempre que viajo, dias antes, eu choro.
Não entendia o por quê.
Sofro pelo que ainda não aconteceu.
Tenho medo de sofrer.
Acho que depois desse desabafo de bar, eu mudei.
É reconhecendo uma dor que se passa a procurar o remédio.
A cura? Não existe.
A liberdade é azul, não cinza como as paredes da labuta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mari!!

Que coisa mais linda! Que delicadeza e que sensibilidade!
Juro que me emocionei ao ler e até me senti honrada! Muito obrigada por estas palavras doces!
Quero que vôcê continue escrevendo seus textos, que estão ficando cada vez mais divertidos de serem lidos!
Amiga, AMEI!!!
Obrigada!

Bejitos!!

Anônimo disse...

(Tive que procurar no dicionário a palavra "labuta"...)

Acho que está na hora de você começar a ler: "EUROPA - GUIA VISUAL FOLHA DE SAO PAULO " e comprar uma Rolleiflex no mercdo liver!