segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ciclos metereológicos

Eu sempre acho o ar da minha casa abafado, até no inverno. É como se a densidade do ar fosse relativamente proporcional ao número de anos que você nela habita.
Vida inteira, ar denso.
Os sons do condomínio me trazem lembranças do tempo que eu andava descalça e brincava de pijama na rua.
Mesmo no meu quarto o ar é concentrado.
Ele parece carregar segredos demais, lágrimas e amores rabiscados em anos de diários.
Isso não vai mudar com o tempo e isso não acontece com todo mundo.
Não.
Porque poucos observam a densidade do ar.
Vez ou outra escuto gente que quer sair de casa e coloca a culpa na família.
Mal sabem eles que o que procuram mesmo são novos ares, que ainda tenham muito espaço para povoar de novas histórias.

4 comentários:

verozacharias disse...

que bonito maricota!

Moreno disse...

Concordo plenamente Mari.
Principalmente com a passagem de pq muitos não percebem.

Minha mãe completou bodas de ouro com a vida recentemente e fiz um texto saudosista assim. Relembrando móveis, hábitos, aromas... Quase pude sentir o peso do cheiro do ar.

C´est la vie.

lela disse...

mari voce ta demais!lindo

Rafael Miramoto disse...

Quando eu li esse post há algum tempo achei que tinha entendido bem o que você queria dizer. Bom, hoje senti a sensação na pele. Tenso. Acho que o termo é esse. Fato é que em determinadas fases, a paz volta imediamente à medida em que você se distancia de "casa". Talvez seja psicológico, uma espécie de fuga da realidade que assusta ou não agrada. Sei lá. Lembrei do post no momento exato em que tive essa sensação.