terça-feira, 9 de setembro de 2008

Globalização das estações

Houve um tempo em que existiam as estações do ano. Elas vinham certinhas, com data e tudo. Cada uma tinha suas características e segredos, como as folhas do outono.
São Pedro conseguia se organizar direitinho: mandava sol quando era hora de enxugar as lágrimas e a chuva rápida pra aliviar o calor.
Mas o homem, sempre insatisfeito com a vida, sentiu que queria mais sexo, mais drogas e mais rock and roll e saiu por aí para se misturar, espalhar, globalizar.
Baiano com Copacabana, tio Sam tocando batucada e toda essa bagunça gostosa.
A mistura virou tanta que as estações já não entendiam mais que país era qual e que estação surge da mistura de japonês com manga e cream cheese, e resolveram que então era hora de elas também saírem para fazer amigos.
A voltinha das estações transformou-se no samba do criolo doido.
A chuva apaixonara-se pelo natal, o sol brigou com a praia, o inverno comprou passagem só de ida pra Europa - sentia muita falta de Paris – e o verão, que já era mais saidinho e gostava de roupinhas curtas, está de caso com todas as estações disponíveis, de forma que aparece quando bem entende, faz seu showzinho, anima o pessoal e se manda pra outro programa mais interessante.
A única que não topou a diversão foi a primavera, muito bem-casada com o jardim.
Ela já tem flores demais para cuidar.

4 comentários:

Anônimo disse...

mto bom...
o sol brigou com a praia mesmo bombom...
bb

Maria Clara Moraes disse...

Muito lindo Mari!!
Que orgulho da minha irmã semi-australiana! hihihihi
Amei viu

beijocas

Anônimo disse...

Nossa, mary!
Lindo, descolado e originalíssimo!
adorei
beijo
Cau

Ana Carolina Ralston disse...

bonita, muito sensível :-)