segunda-feira, 2 de junho de 2008

Plantinha do amor

Parece fácil ter uma plantinha, né?
Pois lhe digo que não é nada fácil. Partindo desse pré-suposto, sua plantinha morrerá cedo. Plantinhas são como o amor, difíceis de cultivar, difíceis de ceder e só algumas vivem para sempre.
Eu comecei a cuidar da minha. Eu acordo cedo, e dou bom dia pra ela. Quando eu não dou, as duas sentem, ela e eu.
Dou carinho, dou água.
Aprendi que se não regá-la, ela não cresce.
Mas se eu regar demais, ela enjoa da água.
Dou toda a atenção do mundo, reparo em cada folhinha que cai, podo direitinho, coloco-a pra tomar sol às vezes, pra ela também ficar a vontade.
De vez em quando estou saindo de casa com pressa, esbarro e a machuco. Ela nunca reclama, nunca fala nada, mas percebo que fica sentida. Essa minha plantinha está me ensinando a ser mais delicada, porque ela é um poço de amor.
Aprendi que ela é ciumenta, então eu tenho que ficar atenta. Não vale a pena provocar
Ela acha que me escolheu, mas não foi assim não. Eu fui à loja, teimei com o vendedor, escolhi o vasinho e escolhi onde a colocaria. Porque só podia ser ela.
Entre todas, só podia ser ela.