Valsa para uma menininha
Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Menininha, não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão
Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim
E você vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho-papão
Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
E também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Matemática
A divisão consiste em simplesmente, dividir.
Isso implica em repartir em mais de uma pessoa, o que por sua vez quer dizer abrir mão de uma parte.
O ser humano tem o defeito de achar que por ter aprendido essa conta na escola, sabe dividir.
O raciocínio na vida real é outro.
Na vida real dividir é saber dizer não, é saber dizer sim, é entender que esta palavra pode ser usada quando se trata de tempo, de espaço físico, de espaço literal, metáforas, matérias, sentimentos.
Saber fazer a conta de dividir, na vida real, implica em perceber que no mundo existe mais de um grupo, uma espécie e, mais que isso, mais de um umbigo.
Isso implica em repartir em mais de uma pessoa, o que por sua vez quer dizer abrir mão de uma parte.
O ser humano tem o defeito de achar que por ter aprendido essa conta na escola, sabe dividir.
O raciocínio na vida real é outro.
Na vida real dividir é saber dizer não, é saber dizer sim, é entender que esta palavra pode ser usada quando se trata de tempo, de espaço físico, de espaço literal, metáforas, matérias, sentimentos.
Saber fazer a conta de dividir, na vida real, implica em perceber que no mundo existe mais de um grupo, uma espécie e, mais que isso, mais de um umbigo.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Caixinha de verdades perdidas
Vivemos numa época em que coisas desnecessárias são nossas maiores necessidades
terça-feira, 17 de junho de 2008
A dificuldade de amar
Diz a lenda que quando a menina era ainda muito pequena, um passarinho pousou em sua janela e ela se declarou pra ele.
Este então, lhe ensinou que o amor é uma coisa muito profunda, verdadeira, forte, e que ela devia deixar para usar aquelas palavras diante de um grande amor, e não assim, banalizado.
A menina escutou com atenção, mexendo nos cabelos com uma mão e acariciando o bichinho com a outra.
Ele se foi e ela passou a usar todas as palavras, te adoro, te curto, todas essas coisas de sentimento, menos o tal do te amo.
E ele ficou em desuso. Enferrujado totalmente. A menina não conseguia encontrar uma situação em que o sentimento fosse assim tão verdadeiro, tão profundo, pra encaixar o eu te amo.
Ela até chegou a pensar que não sabia o que era um sentimento muito forte.
E então o te amo ficou no pedestalzinho dele, esperando uma oportunidade que nunca viria , para tornar-se palavra.
O que é o amor, afinal? Ai que dificuldade que isso se tornou... que mundo banalizado.
A menina então conheceu outra menina. Mesma idade, mesma estatura, mesmo jeitinho debochado de ser, mas que não tinha sido visitada pelo passarinho. Ela então, não tinha medo do te amo, não o idolatrava, não o deixou em desuso. Apenas falava.
Teamo, te amo e teamo.
Ti amu cara. Cara, ti amu.
Aquilo deixou a primeira encantada. Que leveza! Que facilidade! Então o amor é assim? Tão leve? Tão fácil? Então eu posso falar e, de repente, errar? Posso repeti-lo para pessoas diferentes na mesma época? Poxa, que delícia que é amar!
E a outra, que nada sabia, sorriu, abraçou-a e disse “Pode errar, pode mudar de idéia, pode até falar e não escutar de volta. O gostoso da vida é isso, achar que está amando. Quem fica a vida inteira procurando um amor verdadeiro não percebe os tantos outros pelos quais passou”.
Este então, lhe ensinou que o amor é uma coisa muito profunda, verdadeira, forte, e que ela devia deixar para usar aquelas palavras diante de um grande amor, e não assim, banalizado.
A menina escutou com atenção, mexendo nos cabelos com uma mão e acariciando o bichinho com a outra.
Ele se foi e ela passou a usar todas as palavras, te adoro, te curto, todas essas coisas de sentimento, menos o tal do te amo.
E ele ficou em desuso. Enferrujado totalmente. A menina não conseguia encontrar uma situação em que o sentimento fosse assim tão verdadeiro, tão profundo, pra encaixar o eu te amo.
Ela até chegou a pensar que não sabia o que era um sentimento muito forte.
E então o te amo ficou no pedestalzinho dele, esperando uma oportunidade que nunca viria , para tornar-se palavra.
O que é o amor, afinal? Ai que dificuldade que isso se tornou... que mundo banalizado.
A menina então conheceu outra menina. Mesma idade, mesma estatura, mesmo jeitinho debochado de ser, mas que não tinha sido visitada pelo passarinho. Ela então, não tinha medo do te amo, não o idolatrava, não o deixou em desuso. Apenas falava.
Teamo, te amo e teamo.
Ti amu cara. Cara, ti amu.
Aquilo deixou a primeira encantada. Que leveza! Que facilidade! Então o amor é assim? Tão leve? Tão fácil? Então eu posso falar e, de repente, errar? Posso repeti-lo para pessoas diferentes na mesma época? Poxa, que delícia que é amar!
E a outra, que nada sabia, sorriu, abraçou-a e disse “Pode errar, pode mudar de idéia, pode até falar e não escutar de volta. O gostoso da vida é isso, achar que está amando. Quem fica a vida inteira procurando um amor verdadeiro não percebe os tantos outros pelos quais passou”.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Ensina-me a viver
Manda-me uma luzinha vai?
Um sinalzinho qualquer... só para eu saber que estou no caminho certo.
Decidir não é fácil como parecia não, por isso eu queria um sinal....
Faz chover quando eu tiver falando besteira? Que um passarinho bonito passe no meu caminho se este estiver correto.
Porque é do ser humano as dúvidas, mas cheguei ao ponto, se me permite o clichê, que não sei nada de bicicletas e sou jovem demais para pensar em casamentos.
Então me manda um oizinho.
Se o sol bater gostoso no meu rosto, num fim de tarde ou eu levar um tropeção na frente de uma agência de viagens já ajuda.
Prometo ficar atenta.
Um sinalzinho qualquer... só para eu saber que estou no caminho certo.
Decidir não é fácil como parecia não, por isso eu queria um sinal....
Faz chover quando eu tiver falando besteira? Que um passarinho bonito passe no meu caminho se este estiver correto.
Porque é do ser humano as dúvidas, mas cheguei ao ponto, se me permite o clichê, que não sei nada de bicicletas e sou jovem demais para pensar em casamentos.
Então me manda um oizinho.
Se o sol bater gostoso no meu rosto, num fim de tarde ou eu levar um tropeção na frente de uma agência de viagens já ajuda.
Prometo ficar atenta.
domingo, 15 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Mensagem para o tempo
Em cada presente, a mensagem tem um sentido.
A minha percepção de existência está balizada pelo contexto tempo, mais que pelo espaço.
Uma mesma mensagem, cinco minutos depois, não me vale mais nada.
Passaram- se cinco minutos.
Não sou eu que defino o tempo, mas sou eu que envelheço com ele.
Sou eu que transformo as palavras em jóias, para destruí-las, logo após.
Ou transformo um diálogo em lei, uma vida em nada.
Na minha mensagem de hoje falo de paz.
Peço que o tempo afaste minha ansiedade e me dê paz.
No meu presente, faz todo o sentido.
No presente seguinte, rasgarei tudo.
Nesse presente, ela se faz necessária.
Existimos através da medida tempo.
Presos e crucificados a ela.
A minha percepção de existência está balizada pelo contexto tempo, mais que pelo espaço.
Uma mesma mensagem, cinco minutos depois, não me vale mais nada.
Passaram- se cinco minutos.
Não sou eu que defino o tempo, mas sou eu que envelheço com ele.
Sou eu que transformo as palavras em jóias, para destruí-las, logo após.
Ou transformo um diálogo em lei, uma vida em nada.
Na minha mensagem de hoje falo de paz.
Peço que o tempo afaste minha ansiedade e me dê paz.
No meu presente, faz todo o sentido.
No presente seguinte, rasgarei tudo.
Nesse presente, ela se faz necessária.
Existimos através da medida tempo.
Presos e crucificados a ela.
terça-feira, 10 de junho de 2008
O ser humano é um verme
Cara, já pensou nisso? Que o ser humano é um verme? Pô e é mesmo, fiquei grilada.
Saca só:
A gente acorda no nosso caixote, entra no caixote-elevador que nos leva ao estacionamento.
Vummmmmmmmm.
Lá, entramos no caixote-carro que nos conduz, atrás de outros caixotes, ao trabalho.
Ficam todos enfileiradinhos na horizontal.
Cada um em seu caixote.
Horas depois adentramos ao novo caixote.
Um encaixado em cima do outro. Escolhemos o andar-caixote que iremos passar o resto do confinamento.
À noite, shopping. Caixote maior.
Compras no caixote, plum plum.
Caixote no caixote. Toc toc.
E de volta ao apartamento-caixote.
Aos que percebem a vida verme do ser humano, resta a hora do almoço, quando estes saem desgovernados pela rua, atrás de ar.
Atrás de uma fresta de sol.
Atrás de vida.
E não acaba por aí
O ser humano verme agüenta ainda seu caixote interno, onde armazena muito, mas acha que é pouco.
Armazena, armazena
E não é suficiente
O caixote quase explode
E não é suficiente
O caixote cresce, cresce, toma o espaço das emoções, ocupa o espaço da visão, ocupa o olfato, e continua a crescer.
Excesso de informação.
E se o caixote explodir
Bum
Azar.
Outro homem com cérebro-caixote entra no lugar.
Para viver uma vida de verme.
Saca só:
A gente acorda no nosso caixote, entra no caixote-elevador que nos leva ao estacionamento.
Vummmmmmmmm.
Lá, entramos no caixote-carro que nos conduz, atrás de outros caixotes, ao trabalho.
Ficam todos enfileiradinhos na horizontal.
Cada um em seu caixote.
Horas depois adentramos ao novo caixote.
Um encaixado em cima do outro. Escolhemos o andar-caixote que iremos passar o resto do confinamento.
À noite, shopping. Caixote maior.
Compras no caixote, plum plum.
Caixote no caixote. Toc toc.
E de volta ao apartamento-caixote.
Aos que percebem a vida verme do ser humano, resta a hora do almoço, quando estes saem desgovernados pela rua, atrás de ar.
Atrás de uma fresta de sol.
Atrás de vida.
E não acaba por aí
O ser humano verme agüenta ainda seu caixote interno, onde armazena muito, mas acha que é pouco.
Armazena, armazena
E não é suficiente
O caixote quase explode
E não é suficiente
O caixote cresce, cresce, toma o espaço das emoções, ocupa o espaço da visão, ocupa o olfato, e continua a crescer.
Excesso de informação.
E se o caixote explodir
Bum
Azar.
Outro homem com cérebro-caixote entra no lugar.
Para viver uma vida de verme.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Marcadores:
Nietzsche
Diálogo em que todomundo é ninguém
Ninguém sabe para que
Todomundo se pergunta
Ninguém responde
Todomundo aceita
E Ninguém percebe
Que Todomundo sofre
Todomundo se pergunta
Ninguém responde
Todomundo aceita
E Ninguém percebe
Que Todomundo sofre
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Só pra guardar
'A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes. Como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.'
Marcadores:
François Le Rochefoucauld
O mundo do homem
Descobri que os meus porquês são todos momentâneos
Não encontrei um porque maior
Um porque que justifique tudo.
Meus motivos duram um sopro de um dia, uma batida de um coração.
Às vezes se prolongam por mais de uma lua e chego a pensar que descobri o porque superior,
Mas reflito e percebo que não,
ainda não descobri o porquê.
Não encontrei um porque maior
Um porque que justifique tudo.
Meus motivos duram um sopro de um dia, uma batida de um coração.
Às vezes se prolongam por mais de uma lua e chego a pensar que descobri o porque superior,
Mas reflito e percebo que não,
ainda não descobri o porquê.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Plantinha do amor
Parece fácil ter uma plantinha, né?
Pois lhe digo que não é nada fácil. Partindo desse pré-suposto, sua plantinha morrerá cedo. Plantinhas são como o amor, difíceis de cultivar, difíceis de ceder e só algumas vivem para sempre.
Eu comecei a cuidar da minha. Eu acordo cedo, e dou bom dia pra ela. Quando eu não dou, as duas sentem, ela e eu.
Dou carinho, dou água.
Aprendi que se não regá-la, ela não cresce.
Mas se eu regar demais, ela enjoa da água.
Dou toda a atenção do mundo, reparo em cada folhinha que cai, podo direitinho, coloco-a pra tomar sol às vezes, pra ela também ficar a vontade.
De vez em quando estou saindo de casa com pressa, esbarro e a machuco. Ela nunca reclama, nunca fala nada, mas percebo que fica sentida. Essa minha plantinha está me ensinando a ser mais delicada, porque ela é um poço de amor.
Aprendi que ela é ciumenta, então eu tenho que ficar atenta. Não vale a pena provocar
Ela acha que me escolheu, mas não foi assim não. Eu fui à loja, teimei com o vendedor, escolhi o vasinho e escolhi onde a colocaria. Porque só podia ser ela.
Entre todas, só podia ser ela.
Pois lhe digo que não é nada fácil. Partindo desse pré-suposto, sua plantinha morrerá cedo. Plantinhas são como o amor, difíceis de cultivar, difíceis de ceder e só algumas vivem para sempre.
Eu comecei a cuidar da minha. Eu acordo cedo, e dou bom dia pra ela. Quando eu não dou, as duas sentem, ela e eu.
Dou carinho, dou água.
Aprendi que se não regá-la, ela não cresce.
Mas se eu regar demais, ela enjoa da água.
Dou toda a atenção do mundo, reparo em cada folhinha que cai, podo direitinho, coloco-a pra tomar sol às vezes, pra ela também ficar a vontade.
De vez em quando estou saindo de casa com pressa, esbarro e a machuco. Ela nunca reclama, nunca fala nada, mas percebo que fica sentida. Essa minha plantinha está me ensinando a ser mais delicada, porque ela é um poço de amor.
Aprendi que ela é ciumenta, então eu tenho que ficar atenta. Não vale a pena provocar
Ela acha que me escolheu, mas não foi assim não. Eu fui à loja, teimei com o vendedor, escolhi o vasinho e escolhi onde a colocaria. Porque só podia ser ela.
Entre todas, só podia ser ela.
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