Coloco meus defeitos numa cestinha na sarjeta e saio sem olhar pra trás.
Eles fazem como cachorrinho novo que desconhece o abandono, vem abanando o rabinho e grudam novamente.
Poxa, não me olhem assim, com cara de cachorrinho molhado, eu lhes digo.
Sei que foi difícil reconhecê-los e mais ainda dispensá-los.
Sarjeta para vocês, penso,
E eles nem bem esperam que eu cruze a esquina para voltarem.
Mudar, mudar, mudar, como é difícil mudar.
Como é fácil abrir a casa para animaizinhos indefesos que, depois que entram na sua vida, não saem mais.
A pior espécie é a intolerância.
Bichinho difícil.
Vive 100 anos esse daí, e é esperto.
Livro-me dele e uma bobeada, uma titubeada, posso escutar seu latido.
A intolerância quando cresce dá uma cria de infinitas raivinhas fortes.
A intolerância alimenta-se de tempo e dorme sobre a paz, machucando-a.
Foi o primeiro defeito colocado na cestinha, a intolerância
Mas ela gosta de mim, abana o rabinho.
Gostaria de doá-la, ou quem sabe trocar por um bichinho como equilíbrio
Que tem como cria a iluminação.
domingo, 24 de agosto de 2008
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Um comentário:
Nossa impressionante como vc consegue descrever sentimentos com palavras. Parabéns pelo blog.
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