segunda-feira, 27 de junho de 2011

Esse é o meu adeus

Acho que vou lhe escrever uma carta de amor. Dizer que eu errei e que, por gostar demais, demonstrei de menos. Tive um desses ataques que a gente tem de vez em quando, de medo de deixar acontecer. Acho que nessa carta vou te contar que reparei no dia que você trocou a música do carro para me agradar. Vou escrever um parágrafo todo contando que algumas músicas me lembram você e que elas também combinam comigo. Vou te contar que agora tenho em mãos o Grande Sertão Veredas. Consegui uma versão velhinha, dessas de sebo que você ia adorar, mas que não consigo abri-lo e ele permanecerá fechado porque as páginas me machucam. Vou te contar que fui arrogante, mas que no fundo nada mais sou do que uma menina em busca de uma história especial. Minha carta de amor estará um pouquinho manchada, porque uma ou outra lágrima vai escorrer, e minha carta de amor vai estar um pouquinho amassada, porque enquanto escrevo vou algumas vezes achar que cartas de amor são perda de tempo. Mas mesmo assim, acho que vou lhe escrever, para poder assim, me despedir.

2 comentários:

Anônimo disse...

É fascinante como uma linha reta pode aprumar tortos sentimentos.

Rafael Miramoto disse...

Por mais que eu tente ficar longe desses textos, acabo me pegando abrindo essa página... e é impressionante como eles me inspiram... uma foto, um verso, uma poesia... também me impressiona que uma pessoa com qual devo ter trocado meia dúzia de palavras possa me inspirar de tal maneira depois de tanto tempo... então, eu penso... queria saber qual é a sensação de sentir que uma pessoa inesquecível me olha com brilho no olhar... como seria poder conquistá-la cada dia um pouco mais... me pego me segurando para não dar oi... enfim, talvez o dia em que ela vai sentar comigo ainda não tenha chegado...mas eu gostaria de compartilhar essa sensação, já que é responsável por ela... bom, não pude evitar...