Qualquer dia vou te convidar para um café. Tenho uns elogios a fazer.
Dizer que você está mudado e que foi para melhor. Os anos vieram doídos aos seus ouvidos até que então você os entendeu. Digo mais, você os respeitou. Passou a olhar o passado com mais carinho e o futuro como uma porta aberta a tantas oportunidades, essas que sempre vieram em grupos, em bando, em milhões. Bilhões de oportunidades.
Você agora se modernizou, se atualizou e se encantou pela vida.
Passam-se dias e você fica mais jovem.
Os cabelos brancos desistiram de aparecer e deram espaço a sorrisos mais frequentes.
O aspecto cansado e as lamentações fizeram as malas.
Fiquei um tempo sem te ver e quando voltei, encontrei um pai mais moço do que quando saí.
Posso te convidar para um café? Tenho elogios a fazer.
P.S: Pensando bem, que tal um vinhozinho?
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
P.S.
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Um dia secaram-lhe as asas
e a borboleta alçou vôo.
Enquanto via
o chão se desprender,
lá de cima,
o grande rio era só
um risco brilhando ao sol.
Animais gigantescos
eram agora bichinhos de pelúcia.
Lá de cima,
seus rugidos medonhos
viravam miados
de algum gato solitário.
Quando as
lindas asas multicoloridas
voltaram ao solo,
para a borboleta nada mais era
o que já havia sido.
Ora...
Os rios eram os mesmos,
os bichos eram os mesmos,
os rugidos continuavam rugidos...
Depois de voar,
era a borboleta
que não mais era
o que já havia sido...
PS- Aceito o vinhozinho com muito prazer (desde que seja tinto). Obrigado pelas lindas lindas palavras.
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