Uma época eu achei que escrevia bem. Eu sentava, começava a digitar e um milhão de coisas iam aparecendo na tela. Fiz um blog, escrevi cartinhas de amor, fazia diário, contava histórias e mais histórias no papel. Me disponibilizava pra redigir o que precisava, me oferecia pra ser produtora de conteúdo dos sites. Eu acha tanto que escrevia bem, que talvez passasse a escrever muito bem, só por causa disso. Eu também já me achei boa em organizar ideias. Fazia isso nos trabalhos de faculdade, nas apresentações de ppt em grupo e nas conversas. Até algumas discussões eu conseguia organizar, de tão boa que eu achava que era. Eu já achei que dançava forró muito bem. Rodava e rodava nas festas. Era a primeira a me levantar e a última a sentar, de tanta energia que tinha eu, a boa dançarina. Eu dançava tão bem forró, que na minha cabeça até os outros estilos também iam bem, porque eu sabia dançar. Talvez de tão boa que eu achava que era, fiquei boa, aos meus olhos. Mais algumas coisas eu era muito boa, me vestia muito bem, com muita personalidade, pensava sempre. Ai um dia acordei e não conseguia mais lembrar no que eu era boa. Aqui não sou tão boa, ali tem gente que faz melhor. E de repente, por não lembrar mais no que era boa, não fiquei boa em nada.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
terça-feira, 30 de setembro de 2014
Escolhas
Às vezes você me liga no meio do dia. Fala da receita com salada que
fará a noite, de algo que esta faltando comprar que a faxineira te lembrou ou faz um deboche de uma conversa que tivemos ontem. Às vezes você liga pra dizer que esta chegando, às vezes pra dizer que vai para a capoeira a noite. Eu paro um pouquinho - por
alguns segundos no alucinante dia – e penso nas escolhas que fazemos, nos
caminhos que tomamos, e lembro que pra mim, morar junto, tem sido como se a gente decidisse que todo dia é um bom dia pra gente se ver.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Simples
Meu pai me ensinou, quando eu
ainda era pequena, a não andar de meia pela casa, me ensinou também a como
escovar os dentes de um jeito que não estraga a escova, e a dizer boanoite antes
de dormir, e comovai quando encontra. Ele me ensinou que na hora da refeição, é
importante reunir a família, e que nas férias, é mais legal viajarmos juntos. Abrir
a janela cedinho, para entrar luz, foi minha mãe que me ensinou, e ainda me
ensinou a dizer bomdiaamigosol, para começar bem cada manhã. Ela disse que para
o cabelo ficar brilhante, é melhor usar pente que escova. Sempre faz
lanche no domingo a noite, e sempre deixa o jantar gostosinho durante a
semana, e dessa forma eu aprendi que ter a mesa posta e a família junta toda
noite, traz segurança. Minhas irmãs, uma me ensinou que desenhar bem faz toda a
diferença e a outra me ensinou que escrever bem, faz toda a diferença. Elas
juntas me ensinaram que quando você tem irmãs que se amam e se protegem, o
mundo lá fora fica mais fácil e o mundo aqui dentro, mais cor de rosa. Eu
aprendi com eles que família é, entre todas as coisas já inventadas, a mais
gostosa.
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Megalomania de amor
Amor atualmente virou um tema de
megalomaníacos. Declarações de amor em telão de cinema, gente que tatua o nome
do amado. Pedidos de casamentos em viagens caríssimas, num momento
absolutamente programado. Festas de casamento para mais pessoas do que os dois
vão vir a reconhecer em toda a vida. Vídeos para todos os momentos. Milhares de
fotos de quanto esse amor é maior que todos os outros que já aconteceram,
passados por minutos intermináveis nas festas do casal. A gente não, a gente
é pequenino. As doçuras desprogramadas são as nossas preferidas. Entre nossos programas
banais, alguns dias vamos à farmácia comprar balinhas vick de sabores sortidos.
Ele presta atenção que gosto das vermelhas e as deixa para mim. Declaração de amor.
terça-feira, 24 de junho de 2014
Blog de meninas
A gente saiu pra jantar, nem lembro porque. Sentamos numa mesa gostosa, de um restaurante gostoso. Você pediu um vinho. Você nunca pede vinho, porque não gosta, mas eu adoro. Adoro vinho e adoro quando você pede vinho. Adoro a simples ideia de beber uma coisinha e falar prolongadamente. Jogar papo fora. Perder tempo em restaurante é um dos meus programas preferidos. Ficar com as bochechas quentinhas, lembrar nossas histórias. Nos filmes, sempre sai papo bom quando o casal senta pra tomar um vinho. As taças chegaram, você me olhou bem nos olhos, como sempre faz, e disse que era um brinde para que eu não parasse de escrever meu blog. Lembrei mais uma vez o quanto você me completa, e voltei.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Termino e recomeço por aqui. Adeus Docebombom, cuida do meu passado.
Hoje eu me despeço de você. Você
que foi meu diário de adolescente, meu amigo. Com você eu chorei por muitos alguéns,
refleti sobre momentos, lavei a alma e confessei. Pra você eu me expus, com
você eu perdoei. Minhas paixões você sentiu e minha família você também amou. Às
vezes eu penso que você é um reflexo do meu eu mais secreto, às vezes penso que
você mal me representou. Às vezes eu penso que você veio, mas que agora deve-se
ir. Deve-se ir, como vai também minha adolescência, e em 2014 vão também meus
20 anos. Sempre tive medo de despedidas, mas esse medo também se vai, com as muitas
marianas que fui até então. Despeço- me de você com o carinho de quem se despede de uma fase, mas com todas as cores de quem muda de estação e as incertezas de quem ainda tem muito pra rebolar. Me despeço de você como quem da tchau a uma viagem, já embarcando para um novo destino. E entre as pequeninas certezas incertas da próxima estação tem um grande amor que me aguarda com um sorriso (que só ele sabe dar pra mim). Adeus DoceBombom, cuida-te do meu passado.
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Boa de garfo
Naquela época, ela era diferente. Despreocupada, desarrumada, desestressada. É assim mesmo que ela vivia, de roupa descombinando, meia rasgada e botas fora da estação. Trocava nomes e endereços e sempre comia além da conta. Ria e falava alto também, dançava atrapalhada e vez ou outra escorregava. Quando tinha que levantar, já dando risada, ele a ajudava e a olhava com cara de que tudo aquilo fazia muito sentido pra ele. Tudo aquilo e nada mais. As vezes ela sente falta disso. Não dele. Mas da pessoa que ela se permitia ser.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
terça-feira, 24 de setembro de 2013
De repente 30
Vocês estão aí, do outro lado do mundo, mas estão juntos.
Estão juntos quando viajam, quando assistem um filme romântico ou quando estão com vontade de chazinho com biscoitos.
Vocês estão juntos quando dormem ou quando decidem dar uma volta no mesmo shopping, nas mesmas lojas e comer no mesmo restaurante.
Vocês estão juntos quando contam uma piada só de vocês, e se entreolham do jeito que só duas pessoas que estão juntas se entreolham.
Vocês estão juntos hoje, quando as filhas estão formadas, mas já estavam juntos quando tiveram que escolher uma escola, ou mesmo antes, quando tiveram que dar nomes às meninas.
Eu conheço alguns casais que completam 30 anos de casado, mas não estão juntos.
Com vocês é diferente.
Hoje são 30 anos de casado, com amor de quem se olha nos olhos, se enxerga, se admira e se sente, nada menos do que, juntos.
Amo vocês. Parabéns.
Estão juntos quando viajam, quando assistem um filme romântico ou quando estão com vontade de chazinho com biscoitos.
Vocês estão juntos quando dormem ou quando decidem dar uma volta no mesmo shopping, nas mesmas lojas e comer no mesmo restaurante.
Vocês estão juntos quando contam uma piada só de vocês, e se entreolham do jeito que só duas pessoas que estão juntas se entreolham.
Vocês estão juntos hoje, quando as filhas estão formadas, mas já estavam juntos quando tiveram que escolher uma escola, ou mesmo antes, quando tiveram que dar nomes às meninas.
Eu conheço alguns casais que completam 30 anos de casado, mas não estão juntos.
Com vocês é diferente.
Hoje são 30 anos de casado, com amor de quem se olha nos olhos, se enxerga, se admira e se sente, nada menos do que, juntos.
Amo vocês. Parabéns.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Sem remeter
Obrigada você, por tantas mensagens anônimas. Eu nem sei se você é um você ou muitos vocês. Eu nem sei se você gosta de ser você e eu nem sei se você é sempre um bom você. Mas eu nem me importo na verdade. Desde pequena fui assim, pouco curiosa com os anônimos. Porque são essas mensagens anônimas que recebo, hoje em dia virtuais - o que as tornam ainda mais enigmáticas, que alimentam o universo que gosto de viver. O universo do sonho, do possível, dos príncipes e das historias criativas. Gosto de viver criando personagens. Então para cada recado de amor que recebo sem remetente, muitas histórias nascem, e eu preciso de todas elas.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Mal-me-quer
A cada lágrima derrubada por uma jovem apaixonada, uma pétala de Margarida se vai ao chão
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Quando cruzo a Ipiranga
Quer saber, foi melhor assim. Eu ensaiei essa conversa, como seria e onde seria. Eu sabia até como ia mexer no cabelo e que assuntos nossos ia relembrar. Não ia me importar se você dissesse que continua indo pra praia todo final de semana, nem se dissesse que eu estou bonita. Eis que nos trombamos na rua, e eu esqueci tudo que tanto tinha esquematizado. Bem melhor assim, quer saber. Afinal, a espontaneidade continua, mas sobrou solitária como nosso único elo.
terça-feira, 30 de abril de 2013
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Laço
A primeira vez que nos vimos, eu
usava uma bolsinha vermelha bem pequena, de laçinho. Dentro dela eu levava
quase nada: um cartão e um celular. Só. Não tinha batom, não tinha documento,
porque eu tinha pressa. Muita pressa de ir embora. Até hoje olho a bolsinha e abro um
sorriso: a conversa que começou naquele dia, nunca mais terminou.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Cultivo
Um dia ele podia convidá-la para jantar. A levaria num restaurantezinho pequenino, romântíque, e pediriam um vinho. Ela falaria do trabalho e dos sonhos, e ele ouviria com atenção. Até acharia engraçadinhos os sonhos dela, mas acharia mesmo encantador as bochechas dela rosando pelo vinho e os pequenos sorrisos saindo disfarçados. Ele faria uma gracinha qualquer, ofereceria uma garfada do seu prato - sempre melhor escolhido que o dela - e a serviria da última taça da garrafa, seguida de um beijinho. Ela ia tentar disfarçar, não ia falar nada, mas se apaixonaria por ele, mais uma vez.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
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