sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Uma carta de uma ouvinte que nos escreve E assina com o singelo pseudônimo de Mariposa apaixonada de Guadalupe

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

PARLA PAra TOdas ESsa notícia

Agora você será artista
Você será seu sonho
Essa será sua vida.
Chute o que já passou, não interessa mais.
Você será a princesa que arrota flores agora
E arrota muitas palavras e expressões.
Você terá que ser muitas
E vou querer compartilhar de todas elas
Vou sentar na primeira fileira e me emocionar
Vou ver você dançandobaixinho, falandoamarelo, vestindocalor
Porque ser artista não é uma escolha, é um dom
Não é uma opção, é uma necessidade.
Tem apenas uma vaga, e alguém vai ter que ganhá-la
Tem uma vaga, e ela só pode ser sua.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mensagem Poética de Uma Amiga

Li todos os seus textos.
Muito bem!
Acabei de descobrir que eu não te conheço.
Pergunto-me: eu que não a via ou ela que não se mostrava?
?????????????
???????
O que eu via: uma garota com "tons" de maturidade. Não, não. De clareza. Essa é a palavra certa. CLAREZA! E muito engraçada!!!
Agora, depois de ler seu blog me pareceu outra pessoa. Várias vezes me perguntei se era ela mesma quem estava por trás das palavras.
Fiquei me perguntando: será que é uma tática?
Uma camuflagem de menina?
Pq?
Tão difícil assumir-se mulher?
A mulher por trás das palavras é nostálgica.
Ama d+.
Quer ser livre.
Tem medo de decepcionar.
Mas irá fazer!
Ela se permite não ser
DEBOCHADA.
Acho que no ambiente de trabalho muitas coisas ficam apagadas, nós mesmos apagamos... Mas tb acho que esquecemos de ver.
... posso ser sua amiga?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ela responde por sinais

Ela é uma fada doidona
Respira fundo, tatuagem no braço, sorriso nos lábios e manda ver
Não tem essa de medo não
Nem essa de preconceitos
Limites
Censuras
Você pode ser tudo que você quiser
Em qualquer tempo ou espaço
Você pode ser você
Ela vai dar uma risada de fada doidona,
um olhar de menina aprontona,
vai colocar uma roupa de mulher, pegar uma caneta de menina e dizer: vamos?
E nada de carro, nada de transportes
Nada de tradicional
Vamos de cometa, de camelo, nas asas de um passarinho
Vamos beijar as árvores, conversar com flores, conhecer as estações da lua
Encontrar gnomos que realizam desejos
E então ela vai desaparecer
Porque as fadas doidonas são assim.
Mas não se preocupe
Diz ela
Cada aprontadinha que você der na vida
Sou eu mandando meu oi

Deus das Pequenas Coisas 3

O ar encheu-se de Idéias e Coisas a Dizer. Mas, em momentos como esses, só as Pequenas Coisas são ditas. As Grandes Coisas jazem lá dentro, não ditas.

Por onde for quero ser seu par

Tem um pré-requisito que me incomoda
É quase como um preconceito
Quase como uma doença.
A paixão pela música, a necessidade da música.
Saiba
Entenda
Precise.
Meu estilo é só meu
É de qualquer um
Você pode escolher o seu.
É esse meu deslize,
Minha música, meu sangue, meu amor.
E hoje o samba saiu, procurando você.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Terra do nunca

Vou ficar bem preparada.
Decorar o diálogo, ensaiar diversas vezes, colocar no papel os prós e os contras e tudo que posso ouvir de retaliação.
Vou falar calmamente, explicando minha decisão.
Vou tentar lidar com as expectativas frustradas.
Vamos chorar juntas e reclamar juntas. E nos recuperar juntas desse sonho postergado.
Vou me preparar porque não vai ser fácil quando eu souber que não vou agora.
Uma notícia dura, mas que não teve jeito.
Emoção e razão discordaram desta vez, e eles vão ter que se entender.
Faltou um pouco de pó de pirilimpimpim, e o vôo ficou para depois.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Marias Alguém

Pode ser que haja umas melhores, pode ser,
Pode ser que haja umas piores, muito bem.
Mas iguais às Marias que eu tenho,
No mundo inteirinho,
Igualzinhas não tem.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Ele é ele e só ele

Fiz um novo amigo
Ele é um novo amigo
Ele é um amigo velho
Ele sabe como lidar comigo. Sabe me alegrar, sabe me mimar, Sabe como me irritar
Sabe dizer como que eu gosto do meu café
E até minha cor preferida
Ele sente quando estou feliz, e debocha quando estou brava
Ele é um cabritinho muito doce
É um cabritinho alado
Como os anjinhos que nos ajudam, ele aparece sempre às vezes
E desaparece nunca do nada
Como os anjinhos que nos ajudam, ele acha que eu mereço atenção
E que as coisas vão dar certo
Ele é meu cabritinho de estimação
Eu vou sempre cuidar dele, e sempre deixar ele livre,
Porque ele é meu novo amigo,
E quero mantê-lo no meu coração.
Remédio para oscilação de humor, por gentileza.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O Deus das Pequenas Coisas 2

“Você sabe o que acontece quando a gente magoa as pessoas?” Ammu perguntou. “Quando você magoa as pessoas, elas começam a amar você menos. É isso que acontece quando se fala sem pensar. As pessoas amam você menos”.
Uma mariposa fria com tufos de pêlos dorsais excepcionalmente densos pousou suavemente no coração de Rahel. No ponto em que as patas geladas a tocaram, ela se arrepiou. Seis arrepios em seu coração descuidado.
Sua Ammu a amava menos.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Um cheiro mágico de A Noviça Rebelde de que Rahel se lembrava e adorava. Cheiros, como música, ficam na memória. Ela respirou fundo, e o engarrafou para a posteridade.

O Deus das Pequenas Coisas

Também seria viável afirmar que tudo começou há milhares de anos. Muito antes de virem os marxistas, Antes de os britânicos tomarem Malabar, antes da Ascendência Holandesa, antes da chegada de Vasco da Gama, antes da conquista de Calicut pelos zamorin. Antes de os três bispos sírios vestidos de púrpura serem assassinados pelos portugueses e encontrados boiando no mar, com serpentes marítimas enroladas em seus peitos e ostras enredadas em suas barbas emaranhadas. Pode-se argumentar que tudo começou antes de que o cristianismo chegasse num navio e difundisse em Kerala como o chá de um saquinho no bule.Que tudo começou quando as Leis do Amor foram promulgadas. As leis que determinam quem deve ser amado, e como.
E quando.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Solar da fossa

Vou construir uma casa e nela vai morar todo mundo.
A casa da história.
Porque uma casa é como uma vida. Os quadros são os capítulos, os móveis os momentos.
Os cheiros são fortes e inesquecíveis, mas escapam pelos cantinhos quando querem novos ares.
As janelas são abertas e fechadas para deixar entrar a vida ou mofar a escuridão.
As plantas precisam do ar e do sol de janelas abertas. Vital.
Mas calor ou água em excesso produzem efeitos irreversíveis.
A minha casa vai ter paredes coloridas. Verde para a sabedoria.
Azul para uma noite com bons sonhos
Amarelo porque me faz cantar
Laranja é a sensualidade, mas vou listrá-la com rosa e bolinhas brancas, pra me fazer rir da bagunça.
Chico Buarque vai morar na minha casa.
Os Beatles, Nietzsche e Gil, porque sotaque é como a cereja do bolo.
As marias e as patotas vão morar na minha casa. Sem elas eu não conseguiria levantar e construção.
Ruy Castro vai me visitar para contar histórias sobre a música brasileira no final do dia.
O amor vai morar na casa, ele estará disfarçado por tardes de sol ou danças na chuva.
Papi e mumi vão levar o café com biscoitinhos.
Na porta vai estar escrito ‘disseram que ele não vinha, olha ele aí’

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

tchú tchú tchútchurutchuru tchúuuu

Agora vou escrever pra você



Agora vou escrever pra você

Uma página inteira pra você

Só sua

Porque é isso que acabou acontecendo né

Só sua

Caíram as máscaras, caíram fechaduras, as armaduras, todos os escudos

Caíram também os preconceitos

E abri espaço para um céu claro, com muito sol e muita praia.

Abri espaço para muitos sorrisos

Abri muitos espaços

E você acabou ganhando a página toda só pra você

Não tente entender, eu também não consigo

Seu mundo é outro, bem distante

Mas isso eu decidi que é interessante também. Um novo mundo

Não me deixe com medo, não antecipe os passos, nem me jogue ao mar

Eu já sei caminhar, já aprendi um pouquinho, mas venha de mansinho

Deixe-me andar bem devagarinho

Escrever bem devagarinho

Para as coisas deslizarem

Como as ondas

Como as suas ondas

Só suas

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Falando francamente, o garçom tá rindo da gente

Estamos aprendendo a se curtir.
Eu sei,
vou ouvir que somos amigas de infância, que isso não faz sentido.
Mas faz sim.
Ser jovem significa estar de braços abertos para qualquer um, começar e terminar tudo num belo porre, combinar de se encontrar entre uma e outra ensurdecedora caixa de som,
nem perceber as diferenças.
Agora elas ficam estampadas.
Ficam óbvias a cada gesto, cada tosse e cada suspiro.
Cada ausência em um encontro, cada comentário diferenciado, escancaram a insegurança ou a felicidade.
E para isso existem dois, entre muitos, caminhos.
Escolher estar junto ou deixar passar.
Optamos pela primeira.
Rimos das diferenças e escolhemos estar juntas, entre um macarrão, uma sopa inexistente e um belo decote.
Estamos aprendendo que o tempo traz a indiferença ou a aliança.
E falando francamente, a gente se diverte.

...

Ah, e eu não vou pegar pecinha nenhuma no chão e vou continuar falando sem parar. Capisce?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Em Londres vocês vão lembrar

Lá em Londres vez em quando me sentia longe daqui
Vez em quando, quando me sentia, dava por mim
Puxando cabelo, nervosa querendo ouvir Cely Campelo, pra não cair
Naquela fossa, em que vi um camarada meu em Porto Belo cair
Naquela falta, de juízo que eu não tinha nem uma razão pra curtir
Naquela ausência, de calor, de cor, de sal, de sol, de coração pra sentir
Tanta saudade, preservada num velho baú de prata dentro de mim
Digo num baú de prata, porque prata é a luz do luar
Do luar que tanta falta me fazia junto do mar
Mar da Bahia, cujo verde vez em quando me fazia bem relembrar
Tão diferente do verde, também tão lindo dos gramados campos de lá
Ilha do Norte, onde não sei se pro sorte ou castigo dei de parar
Por algum tempo, que afinal passou depressa como tudo tem que passar
Hoje eu me sinto como se Ter ido fosse necessário para voltar
Tanto mais vivo de vida mais vivida dividida pra lá e pra cá
Mamãe eu sei como é gostoso mamar

Receitinha para saudade

Aperte o coração bem forte, com a mão cheia.
Solte levemente algumas vezes, para ele respirar e bater um pouco.
Pressione- o novamente, garantindo que a pressão provoque cenas relâmpago de coisas parcialmente descritíveis.
Suma com os relógios, o que produzirá uma sensação de tempo abafado, parado.
Olhe em volta para se certificar que o mundo pareça andar em câmera lenta.
Grite, chore, esperneie, sem soltar o coração.
Solte-o agora.

Válido enquanto doer.
Evite temperaturas quentes, frias ou mornas, todas intensificarão demais o sabor.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Cazuza adora colher flor de liz

Obrigada.
Está tocando uma música linda, que eu adoro.
Meu coração ia apertar e, de repente, me lembrei.
Sempre me lembro.
Obrigada.
Lembro daquela praia mágica com tantos segredos, lembro do bambuzal, lembro das loirinhas e lembro-me de mais uma conversa que mudou minha vida.
Me faço de distraída, burrinha, desligada, menininha, mas vou gravando tudo.
E agora agradeço muitas vezes.
Porque foi você que me ensinou, sem querer, a ser mais forte.
Você me ensinou a ser a menina-mulher que sou, cada vez mais forte.
Você me ensinou, entre um grito e outro, uma reclamação e outra, uma debochada e outra, a construir-me.
E a frase foi tão simples... “a música é sua agora. Ela foi dele. Agora que você a ama, que você a entende, ela é sua. Você não precisa lembrar e ficar com coração apertado porque as músicas são de fulano ou beltrano. Elas são tão suas, que você já pode até passá-las a quem você também quer cativar”...

Minha princesinha tem uma sagrada famíleea

Tem uma princesinha que está morando fora. Ela está lá, na terra de gaudí.
Ela é pequenininha, mas ocupa um espação.
Ela é pequenininha, mas mulherão.
Não tem um dia que não pensamos o que estaria ela fazendo, o que estaria ela falando, que dançinha ela está fazendo.
Tenho uma amiga princesinha, e ela é a distante mais presente que existe.
É como se meu coração fosse bem, bem grande, e conseguisse alcançar ela lá. Ele manda carinho todos os dias e cuida dela. Ele mostra pra ela que a gente está com saudades e orgulhosa.
Meu coração mostra pra essa tourinha que a amizade é uma pessoinha.....que a gente tem que alimentar, dar carinho e amor. A distância pode ficar pequena quando a pessoinha está alimentada. Ela cresce forte e sadia, e quase não sofre com o tempo, que não perdoa.
Ela conta suas histórias, divide elas com a gente. E a gente fala dela como se ela estivesse bem, bem pertinho. Como se nenhum oceano separasse a gente. Nenhuma língua, nenhuma cultura, nenhum novo amigo.
Outro dia tocou uma música no carro. Todo mundo aumentou o volume, “essa é a da pixuuuu”. Dançamos e gritamos muito.
Todo mundo tinha muito pra gritar.
Todos os corações queriam alimentar a pessoinha naquela hora.
Afinal é inverno em Barcelona, temos que cuidar da nossa princesinha.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O Pierrot é um personagem da Commedia Dell'Arte, apaixonado pela Colombina, mas não é correspondido. Teve como origem o personagem italiano Pedrolino.
Representa a idealização do amor. É um sonhador ingênuo.

História da história

Olha, vou lhe contar uma história.
Ela não é longa, tampouco curta.
Ela não tem tamanho.
Não tem valor também essa história.
Tem passado, presente, futuro; sempre bem tradicional, bem regrado e bem sem nexo.
É a história de um pai que contava histórias e fazia deboches. Trocava os nomes das coisas, de propósito.
Colocava a tartaruga para correr e colocava o avental para cozinhar. Fazia recortes de coração e dedicava-os à mulher amada, sem medo de dedicar seu coração.
É a história dessa mulher, que parecia contos de fadas.
Arrumava muito lindinho, falava baixinho, tudo com carinho. Era doce, linda como o sol a cotia dourada, e distraída. Ouvia deboche, mas nem ouvia, ouvia risadas e nem ouvia, e de repente perguntava “que?”
É a história de três pontinhos.
Eles andavam juntos, mas cada um tem uma cor.
Cada um tem um tamanho, e cada risada tem um som.
Mas os três piscam, piscam, piscam e mesmo diferentes, adoram rir juntos.
Pontinhos falantes, que fazem amigos, mas se bastam.
É a história que não tem cor, tem muitas. Nem um som, são todos.
Uma história escrita por 10 mãos, 10 pés e 5 bocas, todas ao mesmo tempo.
É a minha história.